A taxa de bancarização em Angola atingiu 32 por cento no terceiro trimestre de 2024, enquanto a inclusão financeira está à volta dos 50 por cento, informou o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, durante a Conferência sobre “Inclusão Financeira e Literacia Financeira em Angola”, realizada segunda-feira, em Luanda.
Na ocasião, o governador destacou dados preocupantes do Inquérito sobre Literacia Financeira: apenas 25 por cento da população angolana apresenta níveis adequados de literacia financeira, e 37 por cento dos inquiridos com mais de 15 anos elaboram um orçamento familiar. Além disso, cerca de 76 por cento enfrentam dificuldades financeiras, reforçando a necessidade de ampliar esforços para promover a educação financeira no país.
Manuel Tiago Dias ressaltou que a missão de educar financeiramente a população tem sido apoiada por parceiros estratégicos, incluindo departamentos ministeriais, órgãos de supervisão financeira e a sociedade civil. O objetivo é aumentar a inclusão e literacia financeira, promovendo o uso consciente e responsável de produtos e serviços financeiros por indivíduos e pequenas empresas, contribuindo para o desenvolvimento sustentável de Angola.
O governador também revelou que está em curso a formulação da Estratégia Nacional de Inclusão Financeira, que prioriza a inserção económica e reforça o compromisso do BNA em tornar o sistema financeiro mais acessível à população.
Parcerias internacionais fortalecem inclusão financeira
O embaixador dos Estados Unidos em Angola, James Story, elogiou os avanços no setor, destacando o impacto positivo do projeto “Dinheiro Digital é Melhor”, lançado em agosto de 2023 em parceria com a operadora Africell e financiado pelo Governo dos EUA.
Segundo Story, o projeto está alinhado com uma nova política nacional de inclusão financeira, desenvolvida em colaboração com o BNA e outras instituições governamentais. Ele enfatizou que os EUA estão empenhados em apoiar o desenvolvimento de Angola, não apenas com financiamento de infraestruturas, mas também com iniciativas que promovam benefícios diretos para a população, como a inclusão financeira e o fortalecimento de projetos como o Corredor do Lobito.
Esses esforços conjuntos visam construir parcerias que se alinhem com as prioridades de desenvolvimento e de Angola, promovendo o bem-estar das famílias e o crescimento económico sustentável do país.