A Etiópia inaugurou oficialmente sua nova bolsa de valores, a Ethiopian Securities Exchange (ESX), marcando um passo significativo na liberalização de sua economia predominantemente estatal.
O primeiro-ministro Abiy Ahmed descreveu o evento como “um novo começo” e incentivou os cidadãos a “assumir riscos” para garantir o sucesso do mercado de capitais.
O presidente da ESX, Tilahun Kassahun, expressou a ambição de listar 90 empresas e atrair quatro milhões de investidores, embora não tenha especificado um cronograma para atingir essas metas.
A última bolsa de valores etíope foi fechada há quase cinco décadas, após a queda do imperador Haile Selassie em 1974 e a subsequente nacionalização da economia pelo regime marxista Derg.
Em outubro de 2024, o governo iniciou a venda de até 10% das ações da estatal Ethio Telecom, como parte das reformas econômicas que incluíram a liberalização da taxa de câmbio em julho, uma condição para o atual programa do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A Etiópia, o segundo país mais populoso da África com cerca de 120 milhões de habitantes, registrou taxas de crescimento econômico superiores a 10% ao ano entre 2004 e 2019. No entanto, desafios recentes, como a pandemia de COVID-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia, reduziram o crescimento para uma média de 5,9% entre 2020 e 2023, enquanto a inflação aumentou de 20,4% para 30,2% no mesmo período, conforme dados do Banco Mundial.
A reabertura da bolsa é vista como uma oportunidade para investidores angariarem fundos a longo prazo e regularizar os mercados obrigacionistas e interbancários, contribuindo para a revitalização econômica do país.