A maior fábrica de tecido em Angola, Textang II, prevê, a partir de janeiro de 2025, produzir algodão em grande escala, numa área de quatro a cinco mil hectares, com vista ao alcance da auto-suficiência desta matéria-prima no país e satisfazer as necessidades do mercado angolano, dentro de três ou quatro anos.
O facto foi anunciado, esta segunda-feira, em Luanda, pelo presidente do Conselho de Administração do grupo empresarial Alcaal, gestor da Textang II, Jorge Amaral, que considerou o alcance da respetiva meta como fator crucial para assegurar o funcionamento pleno da indústria têxtil em Angola.
Segundo o gestor, que falava durante o encontro entre o ministro da Indústria e Comércio e operadores do sector, a empresa está a fazer o ensaio da produção de sementes de algodão há três anos, na Baixa de Cassanje, em Malanje, para a concretização desse desafio.
A par do algodão, avançou que, ainda neste ano, a empresa vai começar a produzir a soda cáustica, uma matéria-prima também usada no fabrico de tecidos, facto que irá reforçar a competitividade à indústria têxtil nacional.
Na ocasião, sublinhou que, neste ano, a Textang gastou cerca de 2,5 milhões de dólares norte-americanos na importação de matéria-prima para manter funcional a fábrica.
Quanto à operacionalização da unidade fabril, que conta com 250 trabalhadores, reiterou que a unidade fabril tem a capacidade para produzir 10 milhões de metros de tecido/ano, mas atualmente a sua produção está abaixo de 10% desta capacidade.
Perante esse cenário, apelou à necessidade do mercado interno unir-se em torno do tecido produzido no país, para que a fábrica seja cada vez mais competitiva e forte.
Por seu turno, o ministro da Indústria e Comércio Rui Miguêns de Oliveira, recordou que o Estado angolano injetou investimentos significativos para a operacionalização da indústria têxtil no país, mas a atual produção ainda “não satisfaz o mercado interno”.
“Não estamos satisfeitos com o atual nível de incorporação do conteúdo local na indústria das confecções e a geração de rendimento, bem como a criação de oportunidades de emprego e de negócios do setor”, expressou. Por isso, Rui Miguêns de Oliveira manifestou a necessidade de se aumentar a produção de algodão, por ser a base essencial para tornar funcional o setor industrial, e acelerar o fabrico de tecido nas unidades industriais já existentes.