Aquela franja de mercado que parecia intocável está a dar sinais de quebra, após o consumo ávido na fase de pandemia, sobretudo devido à concorrência chinesa e também à redução da procura deste mercado.
Segundo à Forbes, a Richemont, proprietária da Cartier e da Vacheron Constantine, empresa cotada em bolsa, está a dar sinais da necessidade de reduzir a produção e relógios de luxo.
Johann Rupert, presidente e fundador do grupo, disse aos acionistas, em assembleia geral, que a procura global por relógios suíços já ultrapassou o seu boom, restringida pelas vendas moderadas na China continental e Hong Kong.
Segundo a Bloomberg, após três anos de valores recorde, as exportações de relógios suíços começaram uma tendência descendente. Os consumidores tornaram-se mais cautelosos nas compras e à medida que o valor do franco suíço aumentou o preço dos relógios de luxo também aumentaram. A mesma agência noticiosa adiantou que os fabricantes de componentes de relógios e algumas marcas estão a utilizar um programa do governo suíço que lhes permite dispensar funcionários e reduzir a produção sem cortes permanentes de postos de trabalho.
Johann Rupert, de origem sul-africana, é um dos homens mais ricos do mundo – e o segundo de África -, com uma fortuna avaliada em mais de 12 mil milhões de dólares (cerca de 10,8 mil milhões de euros) e controla a Richemont através de um fundo familiar que detém a maioria das ações com direitos de voto.
O conglomerado suíço, fundado em 1998 depois de um spin off da Rembrand Group Limited – atual Remgro Limited -, que o seu pai criou em 1940, inclui agora marcas como a IWC, a Jaeger-LeCoultre e a Van Cleef & Arpels.
Rupert detém ainda 7% da firma de investimento Remgo, na qual é chairman, bem como 27% da Reinet, uma holding de investimentos sediada no Luxemburgo.