Orçado em 15 milhões de dólares, o Centro Tecnológico Ambiental de Luanda entra em funcionamento no próximo mês de Junho, com a conclusão da primeira fase das obras. Um passo significativo para o país no quadro da concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável 2030.
Segundo João Paulo Rosa, director-geral da Frontline Capital Services, empresa responsável pela obra, fez saber que a decisão de se construir o Centro Tecnológico em Angola deve-se ao facto de o país ter um grande potencial para influenciar toda a região subsariana do continente no domínio ambiental, com recurso à tecnologia e meios de financiamento fora dos padrões do sistema bancário.
Ainda, de acordo com João Paulo Rosa, um projecto de sustentabilidade ambiental não consegue pagar uma taxa de juro de 28%, pelo que necessita de novos modelos de financiamento, que passam pelos créditos de carbono, títulos verdes e um conjunto de investimentos privados de impacto social e ambiental que lhes permita fazer valer o seu compromisso e a execução dos seus projectos.
O responsável considera irónico o facto de o maior operador privado de geração de créditos de carbono africano estar sediado em Paris (França), pelo contrário, “deveria estar sediado em Angola, que é um país que, neste momento, tem um potencial enormíssimo para a geração de créditos de carbono, não só com base nos projectos com recursos de extracção, mas também de carbono azul, que estão neste momento a ser altamente rentáveis no mundo”, avançou. Tanto Angola como África em geral têm capacidade para gerar receitas extraordinárias com base nos projectos que já existem e noutros que, na prática, podem ser optimizados para aumentar exactamente esse registo de créditos de carbono.
O início da segunda fase do projecto arranca em Junho, com término previsto para Dezembro, sendo que os 15 milhões de dólares disponibilizados para a obra serão aplicados de forma faseada e incluem custo do terreno, edificação das infra-estruturas, apetrechamento e network, entre outras valências.
A Frontline Capital Services é uma greentech (tecnologia verde) angolana que recolhe fundos de investimento privado exclusivamente para a área do ambiente, financiando projectos de operadores privados e públicos com métricas diferentes daquelas utilizadas na banca comercial.