A Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX) e a empresa Amufert formalizaram, esta segunda-feira, em Luanda, um acordo para a instalação de um complexo industrial de produção de fertilizantes, avaliado em dois mil milhões de dólares.
O projecto prevê o início da produção em 2027 e terá capacidade para fabricar 1,38 milhões de toneladas de fertilizantes por ano, criando cerca de 4.500 postos de trabalho, dos quais 4.400 destinados a cidadãos nacionais.
O protocolo foi assinado pelo presidente do Conselho de Administração da AIPEX, Arlindo da Chagas Rangel, e pelo presidente da Amufert, Agostinho Kapaia, na presença do ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos.
De acordo com Arlindo da Chagas Rangel, esta iniciativa contribuirá significativamente para a diversificação da economia angolana e para a redução da dependência da importação de fertilizantes. O responsável sublinhou ainda que o projecto terá impacto directo na melhoria das condições de vida de muitas famílias, bem como na dinamização da economia local e regional.
O presidente da AIPEX garantiu que a instituição está comprometida com a criação de condições favoráveis para a materialização de grandes investimentos. Sublinhou ainda que, entre 2018 e 2025, foram registadas 874 intenções de investimento, das quais 269 já se encontram implementadas e 510 estão em fase de execução.
Por sua vez, Agostinho Kapaia destacou que o projecto terá impacto em toda a sub-região africana, devido à escala produtiva de ureia e amónia. Classificou-o como estruturante e alinhado com as estratégias do Executivo angolano de criação de emprego e diversificação económica.
“O excedente de fertilizante será para exportação, o que também vai gerar liquidez para a nossa economia”, afirmou.
O ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, realçou a necessidade de mais investimentos para aproveitar os 36 milhões de hectares de terras aráveis disponíveis em Angola. Defendeu ainda o aproveitamento dos recursos naturais do país, incluindo o petróleo, para o desenvolvimento da indústria
petroquímica e produção local de fertilizantes.
Apesar do potencial de permanência do petróleo no país, o ministro sublinhou que o futuro passa pela sua transformação local e não apenas pela exportação bruta.
“Apesar da modernidade dos combustíveis renováveis, o petróleo em Angola não está para ficar por muito tempo”, alertou.