Angola encontra-se no limiar de uma transformação estrutural marcante na sua economia. À medida que o sector petrolífero enfrenta uma desaceleração, torna-se imperativo identificar motores alternativos de crescimento.
Olha-se para os sectores da agricultura, comércio, energia e construção civil como emergentes pilares essenciais para a construção de uma economia diversificada e sustentável, um passo estratégico para garantir o futuro do país.
Embora o petróleo permaneça como um elemento-chave da economia nacional, os desafios são evidentes. Com a produção abaixo de 1,1 milhões de barris por dia, resultado da maturação dos campos e da diminuição nos investimentos, o sector vive um momento de redefinição.
Para contornar este cenário, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis reforça esforços com novas licitações, projectos de exploração e reformas regulatórias, visando atrair investidores internacionais. A meta é estabilizar a produção no médio prazo e modernizar a cadeia de valor energética, com foco no gás natural e nos biocombustíveis.
Estes dados, foi avançada pelo Ministro da Coordenação Económica, José de Lima Massano, durante a sua apresentação em uma conferência sobre a economia de Angola, que decorreu em Luanda.
Massano aponta a agricultura como uma área promissora, impulsionada por investimentos públicos, projectos de irrigação e incentivos ao agronegócio. Este sector não só promove a geração de emprego como reduz a dependência de importações.
Angola começa a ser vista como um potencial hub agrícola, sobretudo nas áreas de produção alimentar e transformação agro-industrial.
Após um período de retracção, o sector da construção dá sinais de recuperação, alavancado por projectos de infraestrutura pública e investimentos privados em habitação, estradas e energia. Apesar de desafios como o custo dos materiais e acesso ao crédito, a retomada é considerada crucial para a recuperação económica e a geração de emprego.
Quanto ao comércio e os serviços continuam a mostrar crescimento sólido, sustentados pelo aumento do poder de compra e a estabilização do mercado cambial. Embora o sector informal ainda predomine, verifica-se um movimento gradual de formalização, especialmente em áreas urbanas. Empresas de distribuição, retalho e tecnologias de pagamento digital estão a explorar formas inovadoras de atender à crescente procura interna, enquanto o turismo inicia um processo de recuperação.
José Massano reforça que “os avanços na energia elétrica e nas fontes renováveis representam uma nova fronteira de crescimento. Melhorias na rede elétrica e o aumento da produção local de bens de consumo são fundamentais para reduzir a dependência externa e estimular a actividade industrial”.
“A nova economia angolana ainda não está consolidada, mas os sinais de transformação são claros. Este é o momento ideal para líderes empresariais se posicionarem estrategicamente, identificando setores em crescimento, estabelecendo parcerias inteligentes e investindo em soluções com impacto real na economia e na sociedade”, disse.
A diversificação deixou de ser promessa e tornou-se ação. Cabe aos protagonistas económicos aproveitar esta janela de oportunidade para construir uma Angola mais resiliente e próspera.