O ouro nunca valeu tanto. A barreira dos 2.500 dólares foi ultrapassada na semana passada, com o metal precioso a acumular uma valorização de 20,3% este ano, alimentada pelas expectativas de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana esteja cada vez mais perto de cortar juros.
O metal amarelo chegou a tocar os 2.531,75 dólares por onça no dia 20 de agosto, estando entretanto a aliviar.
A escalada em antecipação da Fed não é nova, mas desta vez as semelhanças com o período antes da crise financeira global estão a fazer-se notar.
“A subida do ouro pode estar a antecipar algumas semelhanças com 2008, mas mais a nível macroeconómico global. Em setembro de 2007, a Reserva Federal começou a reduzir as taxas e, no final do ano, a ‘yield’ das Treasuries a 10 anos estava a ‘flirtar’ com o suporte de de 4%, depois de atingir um pico acima de 5%, enquanto o ouro encontrava a resistência nos 1.000 dólares”, explica Mike McGlone, estratega sénior de matérias-primas da Bloomberg Intelligence (BI).
Passados 17 anos, explica, o ouro está a negociar acima do que foi a resistência de 2.000 dólares por onça há três anos, com a “yield” das Treasuries a 10 anos a cair novamente abaixo dos 4%, “em antecipação do início da flexibilização dos bancos centrais em 18 de setembro”, indica. E as semelhanças não se ficam por aí.