O presidente da Associação das Empresas Prestadoras de Serviço da Indústria Petrolífera Angolana (AECIPA), Bráulio de Brito, destacou que o crescimento da indústria petrolífera está a impulsionar a economia angolana, fomentando a diversificação de setores como a agricultura e a indústria.
A afirmação foi feita durante uma entrevista à Lusa, no contexto da conferência Angola Oil & Gas, que se realiza esta semana em Talatona.
Brito sublinhou que, apesar da dependência do país em relação ao petróleo, é possível conciliar a exploração de recursos fósseis com as crescentes preocupações ambientais. “A questão não é apenas cumprir métricas internacionais, mas sim produzir mais de forma eficiente e limpa, tendo em conta o impacto ambiental da nossa indústria”, afirmou. O gestor defendeu que a transição energética deve ser financiada pela própria indústria petrolífera, sem comprometer o desenvolvimento económico.
Segundo Bráulio de Brito, a diversificação e o crescimento económico só podem ser alcançados se a produção petrolífera continuar a ser realizada de maneira sustentável. Ele reforçou que o governo angolano tem utilizado a força financeira da indústria do petróleo para apoiar projetos que visam diversificar a economia.
A conferência Angola Oil & Gas, que tem o apoio do Ministério dos Recursos Naturais, Petróleo e Gás de Angola, da Sonangol e da Câmara Africana de Energia, é vista como o principal evento do setor no país. Com o tema “Impulsionar a Exploração e o Desenvolvimento Rumo ao Aumento da Produção em Angola”, o encontro reúne representantes de toda a cadeia de valor da indústria para discutir estratégias de crescimento. No ano passado, o evento contou com a participação de mais de 2.200 delegados de 41 países e resultou na assinatura de sete acordos.
Bráulio de Brito também mencionou a importância de desenvolver o conteúdo local, especialmente no que se refere ao emprego e à formação de técnicos angolanos, bem como ao avanço tecnológico. O interesse de multinacionais na exploração petrolífera em Angola permanece alto, destacou o presidente da AECIPA.