O Embaixador de Portugal em Angola defendeu quinta-feira, em Lisboa, um alargamento da linha de financiamento com garantia portuguesa aos investimentos do setor privado e um reforço do capital do Caixa Angola no país.
Durante o discurso de aceitação do prémio de diplomata económico do ano, atribuído pela Câmara de Comércio e Indústria de Portugal, Francisco Alegre Duarte defendeu que a linha de financiamento de investimentos e exportações de Portugal para Angola devia ser alargada para permitir mais investimento para além das obras públicas.
“Estamos numa posição em que poderíamos diversificar essa linha de financiamento para além do foco exclusivo nas obras públicas; esta diversificação seria muito vantajosa para ambas as partes”, disse o embaixador, citado pela Forbes Portugal.
No caso de Portugal, permitiria valorizar o tecido empresarial português noutros sectores de actividade, como o turismo, a agroindústria, a saúde e a formação técnico-profissional, áreas em que as empresas portuguesas detêm reconhecida capacidade de inovação e experiência, podendo constituir uma mais-valia para a expansão da nossa presença económica em Angola – e a partir de Angola na África Austral”, acrescentou.
Em resposta, Paulo Oliveira e Silva, administrador da Caixa Geral de Depósitos, revelou que esse tema não se coloca e que há uma proximidade às empresas portuguesas em Angola.
“A CGD está presente em 18 países e em quatro continentes e em sete países da CPLP”, começou por referir este responsável no fórum promovido pela Câmara de Comércio. “Julgo que não seja necessário um aumento de capital, estamos com um rácio de solvabilidade. Não temos problemas em trabalhar com as empresas portuguesas presentes em Angola através dos diversos parceiros. Não é um tema de aumento de capital, mas de surgimento de novas oportunidades”, sublinhou este responsável.