O antigo ministro e banqueiro internacional Tidjane Thiam foi escolhido como candidato do principal partido da oposição da Costa do Marfim às eleições presidenciais de 25 de outubro, anunciou esta quinta-feira o seu partido.
Thiam, que concorreu sozinho, obteve 99,5% dos votos expressos, com uma taxa de participação de 93,17%, de acordo com os resultados globais provisórios.
A escolha foi feita numa convenção do Partido Democrático da Costa do Marfim (PDCI, na sigla em francês) realizada na quarta-feira.
Actualmente fora do país, Thiam, de 62 anos, está no centro de uma controvérsia sobre a sua nacionalidade que pode enfraquecer a candidatura à presidência.
Thiam esteve ausente do país durante mais de 20 anos para prosseguir uma carreira no estrangeiro à frente de grandes empresas financeiras como a Aviva, a Prudential e o Credit Suisse.
Nascido na Costa do Marfim, adquiriu a nacionalidade francesa em 1987, à qual renunciou em março para se candidatar às eleições presidenciais, um escrutínio em que os candidatos não podem ter dupla nacionalidade.
Mas, segundo os seus detractores, a aquisição de uma outra nacionalidade privou-o automaticamente da sua nacionalidade costa-marfinense, por força do artigo 48.º do código da nacionalidade, que data da década de 1960.
Para o PDCI, a controvérsia não passa de uma manobra das autoridades para impedir a candidatura de Thiam.
Ao mesmo tempo, a seis meses das eleições no país mais rico da África Ocidental francófona, as tensões estão a abalar o panorama político, nomeadamente no que se refere à inelegibilidade de três opositores devido a condenações judiciais.
Trata-se do antigo Presidente Laurent Gbagbo (2000-2011), proposto pelo Partido Popular Africano – Costa do Marfim (PPA-CI, na sigla em francês), do antigo braço-direito Charles Blé Goudé e do antigo primeiro-ministro e ex-líder rebelde Guillaume Soro, que se encontra no exílio.