Texto: Redacção Líder
O secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, pediu recentemente a prorrogação da trégua na guerra entre Israel e Hamas por, pelo menos, mais oito dias, perspectivando evitar mais derramamentos de sangue e assegurar o envio de ajuda humanitária para civis.
O pedido de Blinken, que concorreria também para a criação de zonas seguras para civis afectados pela guerra, parece ter ficado só na “corda bamba”, ou seja, entre Jerusalém e Gaza.
Contra as expectativas da Autoridade Palestina e da comunidade internacional, a ofensiva israelita avançou para o sul de Gaza, após ter deixado rastos de profunda e evidente destruição no norte da região.
Várias centenas mortos foram já reportadas desde o fim das tréguas, fruto dos bombardeios terrestres e aéreos em Khan Younis protagonizados pelo exército israelita. No entanto, segundo o Ministério da Saúde da Palestina, esse número pode aumentar visto muitas das vítimas ainda estarem presas debaixo dos escombros.
As notícias dão conta também que os atingidos que conseguiram fugir dos combates foram atendidos no Hospital Nasser, no sul da cidade.
De acordo com o canal de notícias Euronews, as Forças de Defesa Israelitas (FDI) atacaram a zona de Jabaliya, também em Gaza, tendo, no entanto, avisado os civis para fugirem mais para sul. Entretanto, muitos destes já tinham sido forçados a abandonar as suas casas na região norte, o que levou as organizações não-governamentais a afirmarem que “não há nenhum sítio seguro” na Palestina.
Citando informações da ONU-Organização das Nações Unidas, a zona que Israel mandou evacuar civis albergava cerca de 117.000 pessoas e aloja agora também mais de 50.000 pessoas deslocadas do norte, que vivem em 21 abrigos.
Ataques em força
Fotografias divulgadas via satélite revelam cerca de 150 tanques israelitas, veículos blindados e outros veículos de combate a cerca de seis quilómetros a norte do coração da cidade de Bani Suheila.
O Ministério da Saúde do governo do Hamas afirmou que o número de mortos no território desde 7 de Outubro ultrapassou as 15.890 pessoas — 70% das quais mulheres e crianças — e mais de 42.000 feridos.
Por seu lado, um oficial do exército israelita apresentou recentemente um número semelhante para o número de vítimas mortais em Gaza. Citado pela imprensa internacional, o responsável afirmou que pelo menos 15.000 pessoas foram mortas, incluindo 5000 militantes, entre os quais 86 soldados israelitas, sem explicar como o exército chegou a esses números.
Com efeito, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que era demasiado cedo para julgar as operações israelitas, mas que não era habitual que um exército moderno identificasse áreas precisas de manobras terrestres previstas e pedisse às pessoas que se retirassem, como Israel fez em Khan Younis.
Destaques
Mais de 15.890 pessoas morreram desde 7 de Outubro, 70% das quais mulheres e crianças, e mais de 42.000 ficaram feridas, apontam dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas.
15.000 pessoas foram mortas na ofensiva em Gaza, incluindo 5000 militantes, 86 dos quais soldados seus, referem informações do exército israelita.
98.000 edifícios em toda a Faixa de Gaza podem ter sofrido danos, principalmente no norte, de acordo com análise de dados de satélites.