A integração económica do continente que também depende de grandes investimentos em
infraestruturas e sua consequente interconectividade pode acontecer com uma velocidade
maior, através de uma integração regional modelo, sendo que, através desta, criaria a
‘’integração por associação’’, através daquilo que poderá ser a ‘’competição saudável’’.
Se olharmos para o mapa de infraestruturas integradas do continente Africano, é notável que a África Austral é a região que reúne de facto uma das maiores densidades de infraestruturas integradas no continente, tanto em termos de estradas, ferrovias, portos, aeroportos como energia e telecomunicações, e sendo também a região do continente onde nascem as duas maiores estradas transafricanas, no caso, as estradas transafricanas Capetown-Tripoli e Capetown-Alexandria, cuja intersecção com outras infraestruturas constitui um ponto nevrálgico e altamente estratégico na engenharia de transportes e logística. Essa confluência cria o que chamamos de nós logísticos multimodais ou plataformas logísticas intermodais.
A centralidade da África Austral no mapa físico das infraestruturas e a função de berço dessas grandes estradas continentais reforçam a sua importância como ponto de partida para uma maior interligação regional e continental, inclusive no âmbito da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA).
Com o esclarecimento acima mencionado, e associando o facto dessa região do continente
beneficiar de outra variável diferencial única que é a relativa estabilidade de que goza em
relação as demais regiões, é caso para referir, que o futuro da integração económica do
continente e o seu desenvolvimento como um todo, depende da África Austral, e é lá que deverá começar. Essa região deverá servir de modelo para as demais regiões Africanas seguirem, como exemplo, e em consequência, o continente Africano como um todo, avançar rumo ao desenvolvimento.
O objectivo não é difícil de se alcançar, pois, é simplesmente necessário uma reapolitik regional, porque os benefícios mútuos são muito superiores do que as divergências passadas.
Caso os bancos centrais dos países dessa região desenvolverem moedas digitais (CBDCs) que funcionam no sistema blockchain ou DLT (Distributed Ledger Technology), poderão através de SWIPES das respectivas moedas diminuir o impacto das moedas de reserva como o dólar e o euro, cujos efeitos podem ser profundamente transformadores, tanto para o comércio intrarregional como para a autonomia financeira, com benefícios inimagináveis para a região, e com isso, só ganhos certos.
Benjamim Lukau Gerard
(Consultoria Estratégica)