O código de barras angolano já tem prefixo atribuído: 606. A sua implementação deverá arrancar no início de 2026.
Segundo o presidente da GS1 Angola, Farid Bouhamara, O único passo que falta para a emissão dos primeiros códigos é a integração formal da GS1 Angola ao sistema internacional, num processo conhecido como onboarding, que dura entre seis a sete meses.
A atribuição do prefixo foi feita pela Global Standard 1 (GS1), entidade internacional que gere os códigos de barras a nível mundial, durante o último semestre de 2024.
Com isso, Angola deixa de depender dos códigos da África do Sul (600-601) e Portugal (560), marcando uma nova etapa na identidade dos produtos nacionais.
O código de barras GS1 é composto por 13 dígitos. Os três primeiros identificam o país de origem (no caso de Angola, 606), e os restantes são usados para codificar a empresa, o fabricante e o produto. A adopção deste sistema é vista como um “bilhete de identidade” para o produto feito em Angola, e é aguardada há mais de 11 anos.
Durante a assembleia-geral do GS1, realizada entre 19 e 23 do mês passado na Índia, Angola foi formalmente apresentada como membro oficial da organização, um ano após a sua aprovação.
Neste momento, o arranque da GS1 Angola depende apenas do registo formal da entidade junto do Ministério da Justiça, um trâmite habitual no processo de legalização de organizações não-governamentais. A conclusão desse registo está prevista para este mês.
Segundo Bouhamara, paralelamente ao processo de integração, decorre também a criação das infraestruturas tecnológicas necessárias, como sistemas de gestão e softwares específicos para geração de códigos. Esta etapa será inteiramente financiada pelos membros fundadores da GS1 Angola, sem apoio do Estado.
Entre os investidores estão empresas como So Vinhos, Angonabeiro, Refriango, Carrinho Empreendimentos, Candy Factory, Novagrolíder, Biagio Indústria, GMedical, Huilux, Plastcon e National Distillers.
“O processo já passou por várias mãos ao longo destes 11 anos, mas agora nunca estivemos tão próximos. Não há certezas de que a emissão ocorra ainda este ano, mas estamos a trabalhar para que isso aconteça”, concluiu Bouhamara.