Multinacionais retiram-se do offshore angolano

A Chevron e a A Azule Energy, uma joint venture entre a ENI e a BP, estão em processo de alienação das suas participações no Bloco 14.

Segundo avança o site francês África Intelligence, a Artemis Energy, fundada há alguns meses pelo israelita Gilad Myerson, já posicionou-se.

Segundo a fonte, Myerson conhece bem a ENI: a sua outra empresa, a Ithaca Energy, concluiu um acordo com a gigante italiana em 2024 para assumir quase todos os seus activos de exploração e produção no Mar do Norte por £ 754 milhões (€ 874 milhões) numa transação de capital.

A fusão das actividades das duas empresas deve entrar em vigor em 30 de junho.

De acordo ainda com a fonte,as licenças da Chevron na Bacia do Congo, que entraram em produção há quase 25 anos, estão a tornar-se cada vez menos lucrativas.

Assim como outras grandes empresas, a Chevron prefere explorar em águas ultraprofundas ou em outras bacias.

A Bacia do Congo está gradualmente a tornar-se um laboratório para Angola, que agora quer atrair empresas de médio porte para a fim de manter um fluxo significativo a médio prazo.

A TotalEnergies e a empresa japonesa Inpex venderam a sua participação no bloco 14 em 2022 para a angolana Somoil, actualmente Etu Energias.

A empresa liderada por Edson Santos, antigo administrador da Sonangol, também estaria a considerar vender a sua participação no bloco 14.

Após mais de três décadas de produção no offshore angolano, a gigante americana Chevron decidiu desfazer-se dos seus campos. “A aquisição desses activos promete ser uma batalha épica”, conclui o África Intelligence.