A África do Sul deu um passo importante para expandir as suas exportações agrícolas, após a aprovação de cinco novas variedades de frutas para envio à China, num acordo que promete impulsionar as receitas do sector e reforçar a presença do país no mercado asiático.
A medida, confirmada pela agência de notícias Xinhua, posiciona a África do Sul como um fornecedor agrícola estratégico para a Ásia, em meio às mudanças nos fluxos do comércio global.
O novo acordo de exportação abrange damascos, pêssegos, nectarinas, ameixas e ameixas secas, marcando um avanço significativo para o sector de frutas de caroço.
A inclusão da China representa um marco histórico para os produtores sul-africanos, que há anos procuram diversificar os destinos das suas exportações, tradicionalmente concentradas na Europa.
Estima-se que o acesso ao mercado chinês possa gerar milhões de dólares em receitas adicionais para agricultores e exportadores, sobretudo nas províncias do Cabo Ocidental e de Limpopo.
Segundo as autoridades do sector, os comerciantes já estão a acumular estoques para as primeiras remessas, cuja procura deverá atingir o pico no início de 2026. A Embaixada da África do Sul em Pequim explicou que o acordo resulta de anos de negociações fitossanitárias, destinadas a harmonizar os protocolos de exportação e a garantir conformidade com os padrões de qualidade chineses.
Esta expansão insere-se na estratégia de diversificação comercial de Pretória, que visa aprofundar as relações com a Ásia em resposta aos novos desafios tarifários e regulatórios nos mercados ocidentais. A China permanece o maior parceiro comercial da África do Sul, absorvendo uma fatia relevante das suas exportações agrícolas, incluindo frutas cítricas, vinho e nozes.
Com a entrada das frutas de caroço na lista de exportação, a África do Sul reforça a sua competitividade no segmento de frutas premium, em rápida expansão na Ásia. O acordo também fortalece a cooperação bilateral, agora abrangendo tecnologia, logística e infraestrutura, para além das tradicionais trocas de commodities.
Para os agricultores sul-africanos, o acordo chega num momento decisivo. O sector enfrenta custos de produção elevados e pressões climáticas que têm reduzido as margens de lucro. O acesso a novos mercados representa maior estabilidade e melhores preços, além de impulsionar investimentos em logística portuária e cadeias de frio, criando novos empregos e valor agregado à cadeia produtiva.
O crescente apetite da China por alimentos rastreáveis e de alta qualidade beneficia-se da reputação da África do Sul por práticas agrícolas sustentáveis, consolidando uma parceria que promete transformar-se num modelo de cooperação agroindustrial entre África e Ásia.
Especialistas consideram que o acordo demonstra como a diplomacia agrícola pode promover resiliência económica e prosperidade partilhada entre os dois continentes.


