Antigo representante da empresa americana General Electric (GE) em Angola, Wilson da Costa, foi condenado por um Tribunal Federal de Nova Iorque a sete anos de prisão efectiva e mais três anos de liberdade condicional. Esta sentença conforma a decisão do júri de 18 de novembro de 2024, considerando-o culpado dos crimes de falsificação de documento e usurpação de identidade.
O tribunal decidiu ainda apreender cinco milhões de dólares a Wilson da Costa, tendo-lhe igualmente aplicado uma multa de 100 mil dólares. A sentença foi proferida esta quinta-feira, 27 de março. Wilson da Costa usava, entre outros, os nomes de Watson Bisong, Wilson Dakosta e Watson Bisong Dacosta.
O antigo represente da GE em Angola era acusado pela departamento de justiça norte-americano de utilizar documentos falsificados para convencer o governo de João Lourenço a rescindir contratos com outra empresa, a portuguesa Aenergy pertencente a Ricardo Leitão Machado num projecto de energia e água no valor de 1,1 mil milhões de dólares.
A justiça dos EUA argumentava que as práticas ilícitas de Wilson da Costa em Angola, que passaram pela falsificação de documentos, beneficiaram a GE. Em 2023, a GE chegou a acordo com a Aenergy para que esta desistisse dos processos que entretanto tinha colocado contra a multinacional.
A Aenergy foi inicialmente contratada para construir e operar centrais elétricas em Angola, utilizando uma linha de crédito da GE no valor de 1,1 mil milhões de dólares, mas o negócio caiu por terra em 2019, após o Governo angolano ter acusado a empresa comprar mais turbinas do que as autorizadas. A Aenergy alegava que a GE tinha manipulado as vendas de turbinas para aumentar os lucros e depois ludibriou as autoridades angolanas para afastar a Aenergy dos projectos.
Fonte: Jornal de Negócios