A região angolana da bacia do Okavango deverá tornar-se num dos principais destinos turísticos do país, com um investimento inicial de 3 milhões de dólares, no âmbito de uma parceria entre o Governo de Angola e um consórcio de sete empresas de Itália e do Botswana.
O projecto, liderado pela empresa Luiana Safaris, foi formalizado com a entrega do Certificado de Registo do Investimento Privado, numa cerimónia presidida pelo secretário de Estado para o Turismo, Augusto Laurindo Kalikemala.
O governante destacou o potencial turístico do Okavango e sublinhou que a iniciativa contribuirá significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB), através da promoção do turismo de alto padrão e da conservação ambiental.
Na fase inicial, o investimento deverá criar mais de 140 empregos directos e melhorar as condições de vida das comunidades locais, com foco na capacitação dos jovens em áreas ligadas à actividade económica.
A assinatura dos Memorandos de Entendimento com as sete empresas envolvidas, incluindo a Luiana Safaris, decorreu durante o primeiro Fórum de Investidores dedicado à região do Okavango, realizado em 2024.
Os parceiros têm experiência consolidada nos países da área de conservação
KAZA, que inclui Angola, Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe.
Este é o primeiro projecto privado a ser implementado na zona de investimento do Cuando. O objectivo é reduzir as desigualdades regionais, empoderar as comunidades e impulsionar um modelo de desenvolvimento sustentável assente na protecção da biodiversidade.
O consórcio estrangeiro é composto por quatro parceiros com projectos individuais e colectivos em países vizinhos. O grupo tem investimentos na Namíbia, particularmente nas regiões do Zambeze e de Windhoek, e uma presença relevante em Victoria Falls, no Zimbabwe.
Segundo Alberto De Leo, representante do consórcio, a equipa actua há cerca de 34 anos no sector do turismo e reconheceu de imediato o elevado potencial da região de Luiana. No entanto, alertou para os desafios ambientais, defendendo a implementação de um modelo inspirado no Delta do Okavango, que privilegia o turismo de alto rendimento.
A proposta passa por limitar o número de visitantes, apostando em turistas com maior capacidade financeira, a fim de minimizar o impacto ambiental e maximizar os benefícios sociais, como a criação de empregos e a promoção da educação e formação locais.