A dívida global registrou uma queda de aproximadamente um ponto percentual, atingindo 237% do PIB, conforme os dados mais recentes do Global Debt Database do FMI. Esta diminuição deve-se principalmente à redução dos empréstimos privados, que caíram 2,8 pontos percentuais para 143% do PIB, um nível inferior ao observado em 2019.
Esta queda na dívida privada foi suficiente para compensar o aumento da dívida pública, que continua alta, crescente e arriscada, segundo o último relatório Fiscal Monitor. As análises empíricas indicam que as baixas perspectivas de crescimento económico foram o principal factor para esta tendência em 2023.
Segundo uma nota do FMI, as famílias e empresas, ao preverem um crescimento económico fraco, têm preferido pagar as dívidas em vez de contrair novos empréstimos. Esta tendência foi acentuada pela redução da inflação inesperada, que anteriormente ajudava a reduzir o valor real da dívida.
“Entre 2021 e 2022, a inflação atingiu níveis sem precedentes desde a Grande Inflação dos anos 1970 e início dos anos 1980, corroendo o valor real das dívidas fixadas em termos nominais. No entanto, a desaceleração da queda na dívida privada em 2023 reflecte uma diminuição no impacto da inflação inesperada” Cita a nota.
A nota refere ainda que a relação entre dívida privada, crescimento e perspectivas de crescimento pode ser visualizada pela elasticidade da dívida privada em relação à diferença entre as perspectivas de crescimento e o crescimento actual. À medida que as perspectivas económicas melhoram em comparação com a situação actual, famílias e empresas tendem a recorrer mais ao financiamento de dívida. No entanto, nos últimos anos, a deterioração das perspectivas de crescimento tem levado a uma tendência contrária.