Angola está a aumentar as suas ambições na produção de gás natural, com a Azule Energy, a joint venture da BP e da Eni, que planeia um potencial segundo poço de exploração de gás após o primeiro sucesso de perfuração de gás no mês passado.
As previsões do governo sugerem que a produção de gás no país pode crescer mais de 20% nos próximos cinco anos, aumentando as exportações para a Europa e a Ásia e atendendo à crescente demanda doméstica.
Segundo apurado, essa mudança ocorre quando a produção de petróleo bruto permanece estagnada, apesar da saída de Angola da OPEP.
O CEO da Azule Energy, Adriano Mongini, revela que as prolíficas bacias de Angola oferecem reservas inexploradas significativas, com a descoberta de Gajajeira-01 estimada em mais de 1 trilhão de pés cúbicos de gás.
Dados oficiais mostram que as exportações de gás do segundo trimestre subiram 19% em relação ao trimestre anterior, para 1,35 milhão de toneladas, lideradas pelos embarques de gás natural liquefeito para a Índia e a Espanha.
Embora os ganhos do gás permaneçam muito abaixo das receitas do petróleo, de 5,6 mil milhões de dólares no 2º trimestre, os analistas veem o sector como um pilar crítico no impulso de diversificação da economia angolana.
A agência nacional de petróleo e gás, ANPG, projecta que a produção atinja 3,659 milhões de pés cúbicos padrão por dia até 2030, embora os níveis de 2025 possam ficar aquém das expectativas.