A discussão sobre o salário mínimo é frequentemente limitada à comparação de estatísticas no papel. No entanto, o verdadeiro significado do salário mínimo não está no seu valor nominal, mas sim no que ele realmente pode comprar.
Para os países africanos, esta diferença é essencial para determinar a resiliência económica, o bem-estar social e o crescimento a longo prazo. Por exemplo, o salário mínimo anual em países como a Gâmbia ou a Síria é semelhante ao que trabalhadores na Islândia ou no Reino Unido podem ganhar em apenas uma semana, segundo a plataforma Moorepay – que actua no fornecimento de soluções de folha de pagamento e recursos humanos.
Contudo, o custo de vida varia significativamente entre os países, tornando incorrecta uma comparação directa.
De acordo com a Moorepay, quando os salários mínimos têm um valor real elevado, os trabalhadores conseguem adquirir produtos e serviços essenciais — como alimentação, cuidados de saúde, habitação e educação — sem ficarem presos à pobreza.
Uma força de trabalho com maior poder de compra estimula a procura por bens e serviços locais. Isto, por sua vez, influencia as pequenas empresas, promove o empreendedorismo e fortalece os mercados internos, tornando as economias mais resistentes a choques externos.
Em muitos países africanos, jovens profissionais emigram à procura de salários mais elevados. Um salário mínimo competitivo em termos de valor real pode ajudar a reter talentos, garantindo que indivíduos qualificados contribuam para o progresso nacional em vez de impulsionarem economias estrangeiras.
Quando os rendimentos são suficientes para cobrir as necessidades básicas, os trabalhadores são menos propensos a aceitar empregos informais ou exploratórios. Se o salário mínimo de um país é ajustado de acordo com a paridade do poder de compra (PPC), a força desse salário é determinada pela quantidade de bens e serviços essenciais que ele pode proporcionar.
“Por exemplo, uma pesquisa sobre a Austrália mostra que o salário mínimo local corresponde a um salário anual de 51 896 dólares australianos”, explica o relatório. “Convertendo esse valor para dólares norte-americanos, o salário é de 33 810 dólares. No entanto, o poder de compra é mais forte na Austrália”, acrescenta.
Metodologia
Usando fontes oficiais, a Moorepay pesquisou manualmente o salário mínimo legal vigente em cada país. Depois, com base na lógica de que 2080 horas de trabalho anuais equivalem ao salário mínimo, a empresa converteu todos estes em valores anuais. Em seguida, aplicou os coeficientes de conversão de PPC de cada país para transformar esses números em dólares internacionais, levando em conta o custo de vida e permitindo uma comparação justa.
O Business Insider utilizou, então, as melhores estimativas horárias ou os salários mínimos do sector público de cada país, convertendo-os para valores anuais em dólares norte-americanos.
Com base nesses dados, estes são os países africanos com os salários mínimos de maior valor real em 2025, segundo a Moorepay.


