A Segurança dos Dados no Sector Financeiro’ foi o mote da 1.ª edição do ‘Road to NCXP’, um cocktail executivo organizado pela New Cognito em parceria com a International Business Machines Corporation (IBM), com o objectivo de lançar as bases da inovação tecnológica do país, que teve lugar na noite de ontem, 16 de Outubro, em Luanda.
Durante o evento, Sérgio Lopes, CEO da New Cognito, afirmou que, em 2024, Angola tinha 14,63 milhões de utilizadores de internet, correspondente a uma penetração de 39,3%, verificando-se que “o mercado digital cresce, mas ainda com grandes assimetrias de acesso e custos”.
“O gap entre a velocidade da digitalização (pagamentos digitais, mobile money, cloud, Inteligência Artificial) e a maturidade de segurança cria risco sistémico e custo económico. Fechar este gapé a oportunidade estratégica”, defendeu Sérgio Lopes.
No evento, que teve como objectivo reunir decisores das principais instituições do mercado financeiro angolano, criando um ecossistema ímpar para a partilha de conhecimento, discussão estratégica e networking, o CEO da New Cognito realçou que “é fundamental que os decisores do sistema financeiro percebam que a cibersegurança não é um custo, é uma estratégia. É um investimento no bem-estar e na resiliência da instituição. No sector financeiro, quando um ataque se concretiza, as perdas financeiras são, em média, superiores a 6,08 milhões de dólares. Para além do impacto económico directo e do impacto financeiro directo, há ainda a inoperância dos serviços e o risco reputacional, que pode levar à descontinuidade da instituição”.
De acordo com Sérgio Lopes, o Ransomware – tipo de malware que bloqueia o acesso a dados ou sistemas e exige um resgate – e o Business Email Compromise – tipo de ciberataque em que criminosos se fazem passar por pessoas confiáveis para enganar funcionários e fazê-los realizar acções prejudiciais – são as ameaças à segurança cibernética de maior crescimento em África.
“Actualmente, o continente africano é a região do mundo que mais ataques sofre por organização, sendo que, no primeiro trimestre de 2025, em média, registaram-se 3.286 ataques/semana, por organização, valores muito acima da média global. Em Angola, o BNA mitigou um ataque cibernético a 6 de Janeiro de 2024, sem impacto significativo – um alerta para o risco sistémico, que pode ser transformado em vantagem competitiva, através da colocação da segurança de dados no coração da confiança financeira e como necessidade para fortalecer a resiliência sectorial”, declarou o CEO da New Cognito.
O evento contou também com a intervenção do Presidente da Associação Angolana de Internet, que relembrou que “num mundo cada vez mais digital, a segurança não é apenas uma escolha, é a base da confiança”, urgindo a necessidade de “ouvir especialistas, partilhar experiências e identificar caminhos comuns para proteger o bem mais valioso da era digital, a informação”.
“A protecção de dados é hoje um requisito essencial para garantir a confiança, a integridade e a credibilidade do sector financeiro nacional. E essa protecção não depende apenas da tecnologia, depende de políticas claras, de capacitação técnica e de uma cultura de responsabilidade digital, contribuindo para um ambiente digital mais seguro, confiável e resiliente”, considerou Sílvio Almada.
Responsável pelo painel ‘Apresentação das Soluções: New Cognito & IBM’, Ibra Seye, Senior Sales Manager da IBM, na sua incursão sobre a segurança para a era da nuvem híbrida e da Inteligência Artificial (IA), defendeu que “a gestão do acesso em nuvens híbridas é complexa, sendo que 80% das violações de dados envolvem dados armazenados em ambientes de nuvem, o que os tornam em nova superfície de ataque desprotegida. Portanto, é essencial implementar controlos operacionais robustos, ou serviços que possam ajudar a fazer isso, e manter a visibilidade de todas as actividades de identidade não humanas, e reforçar a segurança de identidades com recursos à IA e da automação, o que contribui para uma gestão eficaz de identidades e acessos (IAM)”.
O representante da IBM, um dos gigantes globais em tecnologia e no domínio da cibersegurança, ao abordar o tema da Inteligência Artificial, referiu que “a velocidade de adopção da IA está a ultrapassar a segurança”. “O relatório da IBM deste ano revelou que 62% das organizações não têm controlos de acesso adequados em sistemas de IA, o que torna essencial elevar as práticas de segurança de dados de IA, integrando profundamente a tecnologia na estrutura dos seus negócios, não apenas para a privacidade e conformidade, mas também para proteger a integridade dos mesmos, manter a confiança da organização e evitar o comprometimento destes”.
Neste encontro executivo foram demonstradas soluções concretas e contextualizadas, tendo a Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) sido seleccionada como o ‘Caso de Sucesso’ da primeira edição do ‘Road to NCXP’, por ter consolidado a sua resiliência tecnológica através da adopção da solução IBM QRadar SIEM, decisão que elevou os padrões internos de protecção e monitorização cibernética e que a posiciona como referência incontornável em matéria de resiliência cibernética no mercado nacional. O seu alinhamento estratégico traduz um compromisso firme com o reforço da segurança das infra-estruturas críticas do sistema financeiro angolano, oferecendo um exemplo concreto de como a inovação, quando aliada à visão institucional, pode transformar desafios em conquistas sustentáveis.
A edição inaugural do ‘Road to NCXP’ foi protagonizada pela aliança estratégica entre a New Cognito e a IBM. Esta combinação única de escala global e expertise local não se limita a apresentar tecnologia, oferecendo um caminho seguro, eficaz e comprovado para a transformação digital e a soberania data-driven de Angola.


