África do Sul, Nigéria, Egipto e, agora, Quénia e Costa do Marfim… O gigante americano JP Morgan apresenta-se como a ponta de lança das instituições financeiras que, longe de se retirarem do continente, ali reforçam a sua presença.
O maior banco do mundo (os seus activos estão avaliados em 4,2 biliões de dólares e o seu património atingiu 346 mil milhões de dólares no final do terceiro trimestre de 2024) anunciou a 16 de Outubro que iria abrir dois novos escritórios de representação, um em Abidjan e outro em Nairobi, centros que considera “estratégicos” para a África Ocidental e a África Oriental.
A decisão segundo avança à imprensa africana, insere-se numa política ofensiva, simbolizada pela viagem ao continente de Jamie Dimon, CEO do grupo JP Morgan.
Ao contrário das subsidiárias bancárias locais, estes escritórios de representação não oferecem serviços bancários de retalho. O seu objectivo é fortalecer as actividades bancárias de investimento e fornecer serviços de consultoria estratégica a governos, grandes empresas e instituições financeiras locais, afirmou o comunicado de imprensa do JP Morgan.
A digressão de Jamie Dimon, marcada para esta semana, deverá marcar um ponto de viragem na relação do JP Morgan com África. Durante as suas visitas ao Quénia e à Costa do Marfim, em particular, o americano reafirmará o compromisso do banco em apoiar o desenvolvimento económico do continente.
Com estes novos escritórios, o JP Morgan conta com uma estratégia regional bem definida. Na África do Sul, Nigéria e Egipto, o grupo já oferecia serviços bancários de investimento em todo o continente. O Quénia e a Costa do Marfim, duas das economias mais dinâmicas nas suas respectivas regiões, servirão como plataformas para aceder aos mercados locais, mantendo simultaneamente a ligação à extensa rede global do banco .
O JP Morgan também estará presente em cinco mercados monetários distintos. Com necessidades estimadas em várias centenas de milhares de milhões de dólares em infra-estruturas, energia e inovação tecnológica, África é uma terra de oportunidades para os actores financeiros globais que desejam investir em projectos estruturantes .