As exportações dos países de língua portuguesa para a China caíram 12,6% nos primeiros sete meses de 2025, em comparação com igual período do ano passado, foi ontem anunciado.
De acordo com informação dos Serviços de Alfândega da China, entre janeiro e julho o bloco lusófono vendeu mercadorias no valor de 72,4 mil milhões de dólares para o mercado chinês.
Segundo os dados consultados pela agência Lusa, reunidos pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), este é o valor mais baixo para os primeiros sete meses de um ano desde 2020, no início da pandemia de covid-19.
A descida deveu-se, sobretudo, ao Brasil – de longe o maior fornecedor lusófono do mercado chinês – cujas vendas caíram 12,4% para 60,6 mil milhões de dólares.
Além disso, também o segundo maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, Angola, viu as exportações decrescerem 16,8%, para 8,66 mil milhões de dólares.
As vendas de mercadorias de Portugal para a China diminuíram 3,7% para 1,69 mil milhões de dólares. Seis dos nove países de língua portuguesa viram cair as respetivas exportações para o mercado chinês.
As vendas da Guiné Equatorial para o mercado chinês desceram quase um terço (31,1%), para 464,3 milhões de dólares, enquanto as exportações de Timor-Leste encolheram mais de metade (58,2%), para 139 mil dólares. As remessas de Cabo Verde diminuíram 84,3%, embora o país tenha vendido apenas cerca de mil dólares em mercadorias.
A maior excepção foi Moçambique, cujas vendas subiram 15,7% para 982,5 milhões de dólares, enquanto as exportações de São Tomé e Príncipe cresceram oito vezes, para 41 mil dólares.
Já a Guiné-Bissau não exportou qualquer mercadoria para a China nos primeiros sete meses de 2025, tal como no mesmo período do ano passado. Na direcção oposta, as exportações chinesas para os países de língua portuguesa tiveram o melhor arranque de ano de sempre, aumentando 1,1%, para 49,9 mil milhões de dólares.
Este é o valor mais elevado para os primeiros sete meses de um ano desde que o Fórum de Macau começou a apresentar estes dados, em 2013.
Os dados revelam que o Brasil continua a ser o maior comprador no bloco lusófono, apesar das importações vindas da China terem caído 2,9% em comparação com o mesmo período de 2024, para 40,4 mil milhões de dólares.
Pelo contrário, o segundo na lista, Portugal, comprou à China mercadorias no valor de 3,93 mil milhões de dólares, entre janeiro e julho, um aumento de 9%.
Apesar de vender mais e comprar menos, a China continua a registar um défice comercial com o bloco lusófono, que atingiu 22,5 mil milhões de dólares nos primeiros sete meses de 2025.
Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 122,3 mil milhões de dólares, menos 7,5% do que no mesmo período do ano passado.


