Os Estados Unidos e a China confirmaram, na passada sexta-feira (27), um acordo comercial que prevê o levantamento mútuo de restrições e a retoma do fornecimento de terras raras, elementos cruciais para a produção de tecnologias avançadas.
Segundo o governo chinês, Pequim compromete-se a rever e aprovar pedidos de exportação de produtos sujeitos a controlo, enquanto Washington deverá suspender uma série de medidas restritivas impostas a bens provenientes da China.
O entendimento reforça o consenso alcançado em Genebra no mês passado, e formaliza o acordo assinado a 11 de junho.
Uma das prioridades dos EUA nas negociações era assegurar o fornecimento estável de terras raras — metais essenciais para baterias, turbinas eólicas e sistemas de defesa —, cuja extracção é largamente dominada pela China.
Desde abril, Pequim passou a exigir licenças especiais para a exportação desses materiais, medida vista como uma resposta às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.
Em maio, após rondas de negociações em Genebra, os dois países haviam concordado numa redução temporária das tarifas aplicadas reciprocamente. A China prometeu ainda flexibilizar medidas não tarifárias, mas os EUA acusaram posteriormente o governo chinês de atrasar aprovações de exportação, alegando violação do pacto.
O novo avanço nas negociações deu-se este mês, em Londres, quando os dois países acertaram uma estrutura para operacionalizar o entendimento de Genebra. O presidente Trump afirmou na quarta-feira (25), sem entrar em detalhes, que os EUA tinham acabado de assinar um acordo com a China.
Na sequência, fontes da Casa Branca confirmaram às agências AFP e Reuters que havia sido alcançado um acordo adicional. O Ministério do Comércio da China, por sua vez, declarou que as partes “confirmaram os detalhes da estrutura” do entendimento.
O secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick, afirmou que o acordo permitirá o aumento das exportações de terras raras para os EUA, acrescentando: “Eles vão nos entregar terras raras e, quando o fizerem, retiraremos nossas contramedidas”.