Decorreu ontem, na província de Benguela, a cimeira multilateral sobre o Corredor do Lobito, infra-estrutura importante para uma rota económica estratégica que conecta a África Austral aos mercados internacionais, promovendo o desenvolvimento económico regional e a integração de Angola, RDC e Zâmbia no comércio global.
O evento reuniu os Chefes de Estado de Angola, João Lourenço, da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, da Zâmbia, Hakainde Hichilema, e o vice-presidente da República da Tanzânia, empresários, investidores e representantes do Executivo para discutir oportunidades de cooperação e desenvolvimento económico.
Os líderes tomaram contacto com o Corredor do Lobito e suas infra-estruturas integradas, de importância estratégica para o desenvolvimento económico de Angola, proporcionando “múltiplas vantagens”, desde a facilitação do comércio internacional até ao impulso do crescimento económico regional e à criação de empregos.
A eficiente operacionalização do Corredor do Lobito terá um impacto directo no aumento substancial das receitas para a economia nacional por via da comercialização e celeridade no escoamento de rochas ornamentais a partir da Região Sul do país para os principais mercados mundiais.
De acordo com o economista Job de Sousa, trata-se de um activo cuja importância não pode ser negligenciada, a transicção energética e a produção de cereias vão potencializar a importância do corredor do Lobito, será necessário também reforçar as políticas de atracção de investimentos.
O Corredor do Lobito facilita o comércio internacional ao conectar o Porto do Lobito à fronteira com a República Democrática do Congo, Tanzânia e a Zâmbia, países ricos em recursos minerais como cobre e cobalto, que encontram-se também em Angola para a reunião Multilateral sobre o corredor do Lobito, presidida pelo presidente João Lourenço, que decorre esta tarde em Benguela.
A linha férrea tem um percurso que abrange quatro províncias, desde o litoral até à fronteira na Região Leste, constituiu um dos elementos mais relevantes nas suas características, porque promoverá o crescimento económico nas diversas regiões atravessadas, como Benguela, Huambo, Bié e Moxico, sem perder de vista as zonas mais próximas onde haverá tendência do surgimento de novas actividades económicas que vão concorrer para maior oferta de empregos.
Joe Biden discursou, nesta terça-feira, 03, no Museu da Escravatura, em Luanda, e, numa intervenção vivamente aplaudida, afirmou que a aposta do seu país no Corredor do Lobito é o maior investimento ferroviário norte-americano fora do seu continente.
“Estamos a construir linhas ferroviárias de Angola, no Porto de Lobito; na Zâmbia e na RDC, e, finalmente, até ao Oceano Atlântico — do Atlântico ao Oceano Índico. Será a primeira ferrovia transcontinental em África e o maior investimento ferroviário dos Estados Unidos fora da América”, disse o Presidente norte-americano.
Referiu que o projecto ferroviário não apenas criará empregos significativos, mas, também, permitirá que países envolvidos no corredor “maximizem os seus próprios recursos domésticos em benefício” dos seus povos, vendam minerais críticos que impulsionam a transformação energética global.
“Uma carga que antes levava mais de 45 dias agora levará 45 horas. Isso é uma revolução! Aumenta os lucros, aumenta as oportunidades. O Corredor do Lobito representa a maneira certa de investir em parceria total com um país e o seu povo”, declarou.
Joe Biden explicou que, como parte do projecto do Corredor do Lobito, os norte-americanos instalarão energia limpa suficiente para abastecer centenas de milhares de lares e expandirão a Internet de alta velocidade para milhões de angolanos.
O Presidente norte-americano, avançou que os Estados Unidos estão, igualmente, a investir na agricultura e segurança alimentar, atendendo “às necessidades de países sem capacidade” agrícola e expandindo as oportunidades para aqueles que cultivam.
Cimeira Multilateral em Benguela Acelera Investimentos no Corredor do Lobito
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