Os cheques vão deixar de existir no sistema de pagamentos angolano até ao dia 31 de Dezembro do corrente ano, avança o Semanário Expansão.
Segundo a fonte, a fuga para o digital é hoje a principal solução para facilitar as transacções, permitindo maior celeridade nas operações e evitar as longas filas nos bancos.
De acordo ainda com a fonte, os cartões de crédito e débito e as formas de pagamento mais modernas têm tirado espaço à utilização dos cheques, que já estão com os dias contados no sistema financeiro angolano.
Um comunicado do Banco Nacional de Angola (BNA), divulgado recentemente, indica que na prática, esta medida oficializa o que acontece já em alguns bancos que descontinuaram há algum tempo a utilização de cheques, optando por outras formas de pagamento.
A descontinuidade dos cheques interbancários vai ser feita em dois momentos. O primeiro está relacionado com a sua emissão que deixará de ser permitida no final deste ano.
Já o segundo momento tem a ver com a aceitação deste “papel”, que ainda é usado em algumas situações para movimentar dinheiro junto dos bancos. E aqui, a data limite é o dia 31 de Dezembro de 2025, fechando assim o ciclo de vida de utilização de cheques no sistema bancário nacional.
Com esta medida, o BNA “perspectiva mitigar o nível de risco que o cheque transmite ao sistema de pagamentos de Angola, o seu elevado custo de produção, bem como a necessidade de investimentos avultados de renovação do sistema, tanto do lado do operador do sistema de compensação de cheques, como dos participantes”, lê-se no comunicado do banco central.
Para além desta situação, o Banco Nacional de Angola justifica também a “morte” dos cheques com a redução do seu uso, devido à preferência por instrumentos de pagamento mais modernos, seguros, rápidos e cómodos, tais como o MCX Express, a Referência Única de Pagamento ao Estado (RUPE) e as transferências instantâneas.
Contas do Expansão com base em dados do BNA indicam que no ano passado circularam no sistema de compensação 12.737 cheques, que movimentaram 79.212 milhões Kz.
Deste número quase 2% foram cheques “carecas”, sem cobertura no momento da compensação, um total de 156 cheques, no montante de 1.211 milhões Kz.


