O Banco de Fomento Angola (BFA) e o Standard Bank Angola (SBA) anunciaram a celebração de parcerias com bancos internacionais para a abertura de contas correspondentes em dólares e euros, passo que marca o regresso de instituições financeiras norte-americanas ao sistema bancário angolano, mais de dez anos depois da suspensão das operações de compra e venda de moeda estrangeira devido a suspeitas de lavagem de dinheiro.
O BFA obteve aprovação para abrir contas correspondentes junto do Deutsche Bank, tornando-se a primeira instituição bancária angolana a estabelecer uma parceria deste género.
Segundo a instituição, o acordo representa um marco na integração do BFA no sistema financeiro internacional e contribuirá para o fortalecimento da competitividade do sector bancário nacional.
De acordo com o comunicado, a parceria com o Deutsche Bank, um dos maiores bancos da Europa, eleva o padrão dos serviços de pagamentos e gestão de liquidez internacional do BFA, reforçando a sua posição como referência no sistema financeiro angolano. O banco alemão, que actuará como correspondente para este novo serviço, possui rating de crédito “A”, o que, segundo o BFA, assegura maior confiança e segurança nas operações.
Por sua vez, o Standard Bank Angola anunciou o início de operações em dólares norte-americanos através de uma conta correspondente no JP Morgan, o maior banco do mundo em moeda estrangeira. O acordo simboliza o regresso de bancos norte-americanos a Angola, após anos de avaliação por parte do comité interno global da instituição sediada em Wall Street.
O presidente da Comissão Executiva do Standard Bank Angola, Luís Teles, destacou que o acordo representa “colaboração, confiança e inovação entre as duas instituições” e fortalece o potencial de crescimento de Angola e de África na economia global.
O responsável considerou ainda que a iniciativa do JP Morgan constitui um impulso importante para o país, especialmente após Angola ter sido recentemente incluída na “lista cinzenta” do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI).
Segundo Luís Teles, esta reaproximação “restaura a confiança internacional em instituições angolanas e facilita o fluxo de dólares e euros, tornando as transacções mais rápidas e menos dispendiosas”.
Cerca de dez anos após a suspensão das relações directas entre bancos angolanos e norte-americanos – medida que resultou numa crise de divisas e no encarecimento das operações internacionais – as novas parcerias do BFA e do Standard Bank representam um avanço significativo na reintegração de Angola no sistema financeiro global.


