Angola fixou-se nos 15,6 mil milhões de dólares em stock das reservas internacionais, no final de 2024, mais de 84,4 milhões de dólares comparativamente a 2023, confirmam dados do banco central.
Diferente de 2023 que o valor fixava em 14,7 mil milhões de dólares, de acordo com o comunicado final da 121.ª reunião do Comité da Política Monetária do Banco Nacional de Angola (BNA), o Governador Tiago Dias, referiu que “O aumento das reservas internacionais em mais 884,4 milhões de dólares, deveu-se à valorização dos activos de reserva, com destaque para o ouro, e ao retorno das aplicações financeira”.
Tiago Dias salientou que no início de 2024 foi concedido um financiamento de 960 milhões de dólares ao Tesouro Nacional, o que impactou as reservas internacionais, mas ao longo do ano, devido à valorização do ouro e do retorno de aplicações, foi recuperado “o patamar das reservas internacionais”.
“Mantivemos esse patamar em torno dos 14,7 mil milhões de dólares, a posição com que nós fechámos o ano de 2023. No final do ano, e como estabelece a lei do Banco Nacional de Angola, o Tesouro Nacional reembolsou ao Banco Nacional de Angola, em várias prestações, o financiamento que lhe havia sido concedido”, disse.
Segundo Tiago Dias, o reembolsou originou o aumento substancial das reservas internacionais no final do ano para se fixar em 15,6 mil milhões de dólares.
“Entendemos que isso foi uma reposição da posição anterior, mas o aumento das reservas internacionais se explica mais uma vez pela valorização do ouro e o retorno das nossas aplicações”, observou.
Em relação ao mercado cambial, os bancos comerciais adquiriram, no ano passado, o montante de 10,8 mil milhões de dólares, face aos 9,8 mil milhões de dólares em 2023.
A taxa de câmbio depreciou-se em 9,12% no ano, face aos 39,2% observados em 2023, referiu ainda o governador do BNA, destacando que “já há algum tempo” que se vem verificando uma estabilização cambial, em 912 kwanzas por um dólar.
“Em dezembro, já tivemos uma tendência de depreciação da moeda nacional, mas que, graças a algumas vendas de divisas que foram feitas, os bancos comerciais entenderam que a taxa de câmbio devia voltar para o patamar anterior”, disse.
Tiago Dias sublinhou que, diferentemente de 2023, no ano passado a situação cambial melhorou substancialmente, apesar de não o suficiente “para corresponder àquilo que são as expectativas dos agentes económicos”.
No que diz respeito às operações de particulares, em dezembro de 2024, o BNA solicitou aos bancos comerciais que reportassem todas as operações pendentes, tendo, a título excecional, vendido divisas para atender estes casos.
“De igual modo sabemos que tem havido muito ruído, particularmente fora do país, e isso pode impactar o ambiente de negócios do país. Também solicitámos para que nos fossem reportadas as operações das companhias aéreas que operam no país e também vendemos divisas para que os bancos comerciais pudessem limpar as operações pendentes das companhias aéreas”, indicou.
“Ainda não atingimos o óptimo, mas houve melhorias substanciais ao nível do mercado cambial”, frisou.