Angola conta, a partir desta semana, com o seu primeiro Hangar de Manutenção Aeronáutica, inaugurado nas instalações do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, um marco considerado estratégico pelo ministro dos Transportes, Ricardo d’Abreu, para a redução de custos operacionais das companhias aéreas nacionais e para a consolidação do sector aeronáutico.
Com a nova infra-estrutura, as operadoras aéreas deixam de depender do exterior para efectuar manutenções técnicas, o que permitirá poupanças significativas em logística, transporte de equipamentos e deslocação de profissionais.
O centro pertence à empresa angolana Tecnair e está devidamente certificado como Approved Maintenance Organization (AMO), com reconhecimento da Direcção Nacional da Aviação Civil (DNAC), da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), da IASA e da Administração Federal da Aviação dos EUA (FAA).
Para Ricardo d’Abreu, este avanço técnico representa “um passo importante rumo à soberania técnica” e está alinhado às melhores práticas internacionais da aviação civil. O ministro destacou ainda que o país passa a ter um centro operacional gerido por quadros nacionais formados no estrangeiro.
Brandão Ramos, um dos proprietários da Tecnair, revelou que a infra-estrutura exigiu um investimento inicial de cerca de dois milhões de dólares, totalmente assente em mão-de-obra nacional. No total, a empresa já investiu cerca de 10 milhões de dólares em formação contínua de quadros em países como Itália, França e Estados Unidos.
A Tecnair é herdeira da antiga empresa Ermec, com 35 anos de actividade ao serviço da Força Aérea Nacional.
Actualmente, a empresa conta com oito engenheiros e 42 técnicos especializados em manutenção aeronáutica. Ramos adiantou ainda que o país terá, até 2027, um total de 47 helicópteros, incluindo os 27 actualmente em operação, e que os técnicos disponíveis asseguram a manutenção das aeronaves em território nacional.
O objectivo da Tecnair é continuar a investir na capacitação de quadros e evoluir para a manutenção de novos modelos e categorias de aeronaves civis.
Fonte:Jornal de Angola