Angola e Namíbia oficializaram, ontem, em Windhoek, um acordo para a implementação do Aproveitamento Hidroeléctrico Binacional de Baynes, um projecto avaliado em 1,512 mil milhões de dólares.
Com capacidade prevista de 860 MW na central principal e 21 MW na barragem de regulação, o projecto visa dinamizar o comércio internacional de eletricidade e promover o desenvolvimento socioeconómico das regiões envolvidas.
O ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, destacou a importância do projecto para a eletrificação do sul de Angola, geração de riqueza e desenvolvimento das comunidades locais, incluindo empoderamento de mulheres e jovens.
A construção deverá começar em 2026, após a conclusão dos atos legais e administrativos necessários.
No âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento 2023-2027, Angola pretende atingir cerca de 9 GW de capacidade instalada até 2027 e intensificar o comércio regional de eletricidade, incluindo parcerias com países da África Austral e Central. Alterações no quadro legal angolano também estão previstas para facilitar a participação do setor privado no transporte de energia.
O ministro de Minas e Energia da Namíbia, Tom Alweedo, realçou que o projecto de Baynes apresenta impactos ambientais e sociais reduzidos, devido à menor área inundada e menor destruição de habitats naturais. Ele destacou ainda o trabalho conjunto entre os dois países desde 2007, que envolveu estudos de viabilidade ambiental e técnico-económica conduzidos por especialistas do Brasil e da Europa.
A aprovação final do projecto foi concedida na reunião binacional de ministros da Energia realizada em Angola, em junho de 2024. Apesar dos desafios, incluindo a pandemia da Covid-19, o ministro namibiano reconheceu os esforços das equipas técnicas e diplomáticas de ambos os países para viabilizar o projecto.
O Aproveitamento Hidroeléctrico Binacional de Baynes simboliza um marco na cooperação entre Angola e Namíbia, com o objectivo de fortalecer a integração energética e econômica na região.