Angola dá um passo decisivo rumo à diversificação económica com o início iminente da produção na Mina de Cobre do Tetelo, o seu primeiro grande projecto de cobre em larga escala.
Localizada na província do Uíge, a mina representa simultaneamente um símbolo e uma estratégia sinalizando a transição de Angola da dependência do petróleo para um portefólio de recursos mais amplo e sustentável, alinhado com a transição energética global.
Espera-se que a mina do Tetelo produza cerca de 25 mil toneladas métricas de concentrado de cobre por ano durante a sua fase inicial, passando da extracção a céu aberto para a mineração subterrânea até 2026.
Apoiado por um investimento de aproximadamente 250 milhões de dólares norte-americanos, o projecto destaca-se como uma das iniciativas industriais mais ambiciosas de Angola fora do sector dos hidrocarbonetos.
Num país onde o petróleo já representou mais de 90% das receitas de exportação, o desenvolvimento do Tetelo marca um passo concreto rumo à transformação estrutural.
O Governo, sob a liderança do Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, tem dado prioridade à exploração de minerais críticos como cobre, lítio e terras raras no âmbito da sua agenda de integração de Angola nas cadeias globais de abastecimento de energia limpa.
A relevância do cobre para as infra-estruturas de energia renovável é incontestável. Desde baterias de veículos eléctricos e painéis solares até à expansão das redes eléctricas, a procura global está a disparar.
A entrada de Angola no mercado do cobre posiciona o país de forma estratégica para beneficiar desta procura, oferecendo simultaneamente uma proteção contra a volatilidade dos preços do petróleo.
As autoridades confirmaram que o desenvolvimento do Tetelo está alinhado com uma iniciativa governamental mais ampla para atrair investidores responsáveis, através de maior clareza regulatória e melhores incentivos fiscais. Estas reformas reflectem os objectivos do PRODESI programa de diversificação económica e do Plano Nacional de Prospecção Geológica, que visam mapear e valorizar os recursos minerais de forma.
As ambições de Angola no sector do cobre refletem uma tendência continental. Países como a República Democrática do Congo e a Zâmbia já dominam a produção africana, mas a entrada de Angola acrescenta um novo interveniente com acesso logístico aos portos atlânticos e ao emergente Corredor do Lobito uma rota de exportação estratégica que liga o interior rico em cobre aos mercados globais.
Com esta sinergia infra-estrutural, o Tetelo poderá tornar-se o pilar central de um novo polo mineiro angolano, atraindo investimentos a jusante em refinação e manufatura.
Para além dos números de produção, o Tetelo simboliza uma narrativa mais ampla: a evolução de Angola de um Estado petrolífero para uma economia diversificada e orientada para o futuro.
Ao apostar em minerais que impulsionam a transição energética, o país posiciona-se não apenas como exportador de recursos, mas como um parceiro estratégico na transição energética global.


