A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) alertou segunda-feira, que até ao final de abril de 2025, continuam bloqueados 1,3 mil milhões de dólares em receitas de companhias aéreas por parte de vários governos.
Dez países são responsáveis por 80% desse total, com Angola a figurar entre eles, retendo 84 milhões de dólares.
Moçambique lidera a lista, com 205 milhões bloqueados. Além de Angola e Moçambique, completam o grupo dos principais países com fundos retidos: a Zona XAF* (191 milhões), Argélia (178 milhões), Líbano (142 milhões), Bangladesh (92 milhões), Paquistão (83 milhões), Eritreia (76 milhões), Zimbabué (68 milhões) e Etiópia (44 milhões).
“Garantir a repatriação atempada das receitas é vital para as companhias aéreas cobrirem despesas em dólares e manterem as operações. Os atrasos e recusas violam acordos bilaterais e aumentam os riscos cambiais. A conectividade internacional depende disto”, afirmou Willie Walsh, director-geral da IATA.
Apesar de uma melhoria global face aos 1,7 mil milhões bloqueados em outubro de 2024, a situação agravou-se em alguns casos — Moçambique, por exemplo, subiu significativamente de 127 milhões para 205 milhões.
A região de África e Médio Oriente concentra agora 85% do total dos fundos bloqueados, com 1,1 mil milhões de dólares.
A IATA apela aos governos para respeitarem os acordos internacionais e removerem entraves à transferência de receitas. A associação representa cerca de 350 companhias aéreas, responsáveis por mais de 80% do tráfego aéreo mundial.
*Zona XAF: Camarões, República Centro-Africana, Tchad, Congo, Guiné Equatorial e Gabão.