Uma parceria estratégica entre angola e a África do Sul é fundamental para o desenvolvimento da região austral e do continente. Angola e a África do Sul são como a Alemanha e a Rússia, complementam-se em muitos domínios, logo, juntos podem literalmente dominar o continente. A África do Sul é o país mais rico do continente, com um PIB nominal estimado em 401 biliões de dólares norte americanos em 2024, único país africano membro de pleno direito do G20, maior potência industrial do continente em vários domínios, possui oito das dez melhores universidades Africanas, é também o país do continente com o maior número de milionários por Km2, sendo que entre a Cidade do Cabo e Johannesburg, vivem 46.800 pessoas de património líquido elevado, ou ‘’High-net-worth individuals’’ (HNWIs), e a tendência é ascendente, possuindo ainda cinco dos dez maiores bancos do continente e com bons ratings internacionais.
Para quem acompanhou a última deslocação do Chefe de Estado Angolano em formato de visita de estado a África do Sul no dia 12 de dezembro, tanto do lado Angolano como do Sul Africano sentiu as expectativas geradas. Esperava-se o início de uma ampla parceria estratégica entre os dois países, quiçá, o preludio de uma ‘’amizade sem limites’’, o que ficaria refletido na qualidade dos acordos assinados. Esperava-se acordos no domínio do comercio transafricano, das infraestruturas, com o corredor do Lobito na integração ao corredor norte-sul da estrada transafricana Capetown-Tripoli na pauta dos investimentos Sul Africanos em Angola, investimento na construção de estradas rurais de baixo custo com estabilizadores orgânicos, no domínio das energias (elétrica, petróleo e gás), indústria de maquinaria agrícola, indústria transformadora (alimentar), agronegócio, mineração e ate quiçá um duplo ‘’hub ‘’aéreo entre o aeroporto internacional António Agostinho Neto e o Oliver Tambo e uma parceria TAAG-South Africa Airways.
Angola precisa da África do Sul e a África do Sul precisa de Angola, numa relação mutuamente vantajosa, em que os países podem retirar ganhos significativos e influenciar o desenvolvimento da região e do continente.
Do ponto de vista político-diplomático, angola pode ainda ir a busca de vantagens no âmbito económico pelo facto de a Africa do Sul ser o único país Africano membro de pleno direito do G20, onde através de uma parceria estratégica entre os países, angola pode levar indiretamente a sua agenda.
Esperamos que a diplomacia Angolana trabalhe de modos que Angola seja convidada a participar na cimeira do G20 de 2025 a ser realizada na África do Sul, até lá Angola tem a missão de fortificar os seus SHERPAS.
Benjamim Lukau Gerard
Consultor
Muito bom mestre Benjamin…
Muito bem analisado, Angola precisa da Africa do Sul e vice-versa para rapidamente absorver “know haw” sobretudo em sectores chave, afim de alcançar o desenvolvimento sustentável (equidade)! Desde a industria alimentar passando naturalmente pela agricultura familiar, no que tange a segurança alimentar e outros!!
otegerard@gmail.com