A entrada de um país na lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), tem várias consequências, desde a reputação internacional, que à partida fica manchada, afectando as suas relações comerciais e financeiras.
Outra das consequências são eventuais restrições ou aumento da supervisão nas transacções financeiras internacionais, dificultando o acesso a financiamentos, bem como dificultar processos de investimento directo estrangeiro, já que a incerteza e o risco de os investidores enfrentarem barreiras na circulação de capitais pode reduzir o “apetite” para concretizar esses investimentos. Mas há mais, as instituições financeiras podem enfrentar custos mais elevados para atender às novas exigências regulatórias e o País está obrigado a demonstrar avanços significativos para sair da lista cinzenta, como mais reformas.
Especialistas ouvidos pelo jornal Expansão são de opinião que os efeitos a sentir serão mais ao nível da banca, já que vai obrigar os bancos lá fora a maior atenção no tratamento de transferências com origem ou com destino a Angola.
Segundo os mesmos, há também receios sobre um impacto negativo na inflação, já que como os processos ao nível da banca vão ser mais morosos, isto acabará por impactar na importação de mercadorias, dificultando a renovação de stocks não só de produtos finais mas de matérias-primas para a indústria nacional.
Recorda-se que que em 2010, Angola foi incluída na lista negra deste organismo, tendo sido considerada uma jurisdição não cooperante devido às fragilidades do sistema financeiro.
Já em 2016 transitou para a lista cinzenta, deixando de ser considerada uma jurisdição de alto risco. Todo este processo teve um impacto negativo no sistema financeiro nacional, afastando bancos correspondentes dos EUA, numa relação que ainda hoje não está restabelecida.