A abertura do AIAAN continua a reacender o debate sobre o modelo estrutural da aviação civil em Angola.
Segundo análise publicada pela SkyExpert, a inauguração da moderna infraestrutura não veio acompanhada de mudanças significativas na política de aviação, nem de avanços na integração regional ou na liberalização do mercado.
A publicação destaca o exemplo da companhia sul-africana Airlink, que recentemente anunciou o seu sétimo destino em Moçambique a partir de Joanesburgo, como parte de uma estratégia coerente de integração regional e diversificação de mercados.
Essa expansão, de acordo com a SkyExpert, reforça a conectividade aérea da África Austral e o dinamismo competitivo que vem caracterizando o espaço aéreo moçambicano.
Em contrapartida, em Angola a realidade permanece estática. A Airlink, que opera ligações entre Joanesburgo e Luanda, mantém apenas quatro frequências semanais, sem sinal de expansão. “A diferença não está na infraestrutura, mas na política de aviação”, observa a análise, sublinhando que o país continua a seguir uma lógica de hub monopolista, que limita o crescimento, restringe a concorrência e mantém o mercado fechado.
A SkyExpert alerta ainda que, sem uma revisão do quadro regulatório, sem estímulo à concorrência e sem integração nas redes regionais da África Austral, o novo aeroporto corre o risco de se tornar uma infraestrutura moderna, mas subutilizada e desconectada da realidade regional.
“Um novo aeroporto não significa progresso… apenas mudança de cenário, sem mudança de rumo”, conclui a publicação.


